Rebecca Nogueira não se encaixava nas carreiras que sua graduação em Economia poderia oferecer. Por isso, trouxe ao Brasil um novo modo de consumir.
São Paulo – A decisão por empreender não costuma surgir apenas de uma insatisfação com a vida de funcionário ou do desejo de ter maiores ganhos: a maioria dos negócios de sucesso surge a partir do desejo de fazer diferente, que se reflete em um produto ou serviço com demanda comprovada.
A empreendedora Rebecca Nogueira é um exemplo de tal máxima. Insatisfeita com os rumos prometidos por sua graduação em Economia, ela começou a estudar mais sobre economia colaborativa. Em Paris, esbarrou com um conceito que lhe daria uma ideia de futuro negócio: o anticafé.
“O que não falta é lugar para tomar um café. Mas qual café? E de quem? Eu percebi que essa bebida é uma porta de entrada maravilhosa para o consumo consciente: quem toma um café de qualidade logo se torna um bom consumidor de forma geral, procurando produtos de melhor qualidade e procedência. Isso fortalece o mercado como um todo”, afirma a empreendedora.
O empreendimento que surgiu a partir de tal reflexão, chamado de Lemni Café, recebe hoje entre 50 e 60 visitantes de segunda a sexta-feira. A cafeteria fatura entre 5 e 20 mil reais por mês, sem se esquecer da missão de fomentar produtores locais e promover a ocupação do centro de São Paulo.
Inspiração e criação
Rebecca Nogueira formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), mas desde sua vida de estudante percebeu que não se adequaria nas carreiras mais tradicionais que a graduação oferece.
“Eu já procurava estudar na faculdade mais sobre economia colaborativa, de acesso. Até estagiei em bancos de investimentos e no mercado financeiro e de resseguros, mas não me identifiquei”, conta Nogueira.
No último ano da graduação, a estudante fez um intercâmbio para a França, na Universidade Paris-Sorbonne. Além dos estudos, Nogueira percebeu como era viável viver a cidade de outra maneira: perto da universidade, havia um “anticafé” abrindo as portas.
“Hoje, existem várias unidades. Era um lugar onde eu me sentia livre para usar a internet e consumir quanto eu quisesse, sem a sensação de estar ‘pedindo um favor’ que eu passava em outros cafés. Era um ambiente heterogêneo, que reunia os que queriam pagar pelo tempo de permanência: desde artistas até turistas”, conta.
Fonte: Exame

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