sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Especialistas alertam para os riscos de investir em bitcoin


Investir parte das economias requer planejamento e consciência de que o tamanho do retorno depende do risco assumido. Quem é mais cauteloso, costuma procurar aplicações atreladas à renda fixa. A renda variável é recomendada para quem tem perfil mais arrojado, diante das oscilações nos preços das ações. Entretanto, o investimento mais popular do país atualmente são as criptomoedas, em especial o bitcoin. A moeda virtual acumula a impressionante valorização de 1.800%, conforme o site especializado norte-americano Coin Market Cap.

Entretanto, diversos cuidados devem ser tomados antes de decidir investir em moedas virtuais. O primeiro deles é saber que esse ativo não é regulado por nenhum banco central, não tem lastro, as perdas não são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e que são comuns oscilações superiores a 20% em um único dia. Para se ter uma ideia, quando há volatilidade superior a 10% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o pregão é interrompido por alguns minutos e isso ocorre, sobretudo, em momentos de crise. Logo, aplicações em bitcoins e outras moedas digitais geram exposição a um risco fora dos padrões.


O presidente da Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista, uma das principais corretoras de moedas virtuais do país, ressalta que a criptomoeda é um ativo com diversos riscos envolvidos. Segundo ele, os interessados não devem aplicar parte significativa do patrimônio ou uma quantidade de dinheiro que fará falta. “O bitcoin, sobretudo, ainda é uma tecnologia experimental. As pessoas precisam estudar o negócio antes de investir”, detalha. De acordo com Guto Schiavon, sócio-fundador da FOXBIT, os interessados em aplicar em criptomoedas precisam ter noção de que esse é um mercado com grande volatilidade e é necessário o mínimo de conhecimento antes de tomar a decisão de investimento.


Nos Estados Unidos, onde o bitcoin era negociado a US$ 952,55 em 31 de dezembro e em dezembro de 2017 chegou a R$ 18.651,10, os interessados em comprar a criptomoeda têm colocado em risco o próprio patrimônio. Muitos têm hipotecado as casas para usar o dinheiro em busca do retorno acumulado no último ano. “Não hipoteque sua casa para comprar essas moedas”, alerta o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. O chefe da autoridade monetária é um dos principais críticos às moedas virtuais, sobretudo ao bitcoin.


Segundo ele, as moedas eletrônicas têm duas funcionalidades. A primeira, especulativa, de gerar ganhos para quem compra e vende, o que estimula a formação de bolhas e pirâmides. A outra é dar suporte a atividades ilícitas. “Quem usa essas moedas virtuais para cometer crimes não está isento de punições legais”, destaca. Apesar das críticas, Ilan avalia que a tecnologia por trás do bitcoin, o blockchain, deve ser usada em outras atividades em um futuro bem próximo.


PIRÂMIDE O bitcoin foi criado em 2008 por Satoshi Nakamoto, pseudônimo usado pela pessoa ou grupo de criadores da tecnologia. Quando duas pessoas resolvem fazer uma transação de bitcoin, a cadeia de blocos com as informações da operação é enviada pela rede e verificada por mineradores, que autenticam os dados. Após a atuação dos mineradores, a operação vai para um “livro-razão”, que é publico e não pode ser alterado. Dessa forma, os arquivos não podem ser copiados ou fraudados e as transações não podem ser rastreadas.


Mesmo com a valorização do ativo, pouquíssimos estabelecimentos comerciais ou prestadores de serviço no Brasil aceitam pagamentos em moedas digitais. O ativo tem sido usado mais como forma de investimento do que uma moeda para realização de transações.

Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/12/17/internas_economia,925187/alerta-para-os-riscos.shtml

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