São Paulo – Ser mãe ou crescer na empresa? Essa foi a difícil pergunta que Vanessa de Oliveira teve de responder em 2010, quando teve de escolher entre continuar em uma empresa terceirizada de gasodutos ou acompanhar o crescimento de sua filha.
O caso de Oliveira não é isolado. Infelizmente, muitas companhias ainda seguem uma mentalidade de que não é possível dar flexibilidade de trabalho para quem possui filhos. Com a maioria da responsabilidade pela criação das crianças sendo jogada para as mães, muitas mulheres têm de abandonar seus empregos.
Nessa triste história, porém, há um raio de luz. Cada vez mais elas ainda querem continuar a ter independência financeira – e veem o empreendedorismo como solução. Segundo pesquisa da Rede Mulher Empreendedora, 75% de 1.376 mulheres entrevistadas decidem empreender após se tornarem mães. Existem hoje cerca de 7,9 milhões de empreendedoras no país, de acordo com o Sebrae.
Oliveira, uma dessas mães, decidiu criar o próprio negócio. A Mídia Pane, empresa de publicidades em sacos de pão, faturou 18 milhões de reais em 2017. A empreendedora tem um salário cinco vezes maior do que quando era funcionária – e não voltaria atrás por nada. Coloque em prática: Conheça com a Superlógica 9 modelos de negócios recorrentes para implementar na sua empresa Patrocinado
Ser mãe ou crescer na empresa?
Vanessa de Oliveira trabalhava na área de comunicação de uma empresa terceirizada de gasodutos. Viajava constantemente para visitar obras em lugares distantes do interior de São Paulo, com difícil acesso à internet e ao telefone.
A funcionária engravidou e teve seu primeiro bebê em abril de 2010. Já na licença-maternidade pensava em investir em um negócio da área de comunicação. A pesquisa incluiu uma conversa com uma colega sobre um modelo de publicidade de sacos de pão que estava se popularizando na Europa.
Após o fim do benefício, Oliveira colocou a filha, com três meses e meio de idade, em um berçário. Quando o bebê ficava doente, tinha de carregá-lo até os locais de obras. Com o tempo, porém, viu que a rotina era insustentável.
“Existe uma pressão muito grande quando as mães retornam ao trabalho e o bebê ainda não está preparado para ser deixado em uma creche. Estava no estágio final de uma obra e novamente iríamos mudar de local. Vi que não haveria possibilidades de continuar no trabalho”, conta.
Dividida entre ser mãe e continuar a fazer carreira na empresa, que não ofereceu opções de trabalho mais flexíveis, a empreendedora abandonou o emprego – e viu no empreendedorismo uma possibilidade de ter uma vida mais equilibrada (e rentável).
Oliveira decidiu investir na ideia de trazer ao Brasil o modelo de publicidade em sacos de pão: chamou seu irmão, o designer Henrique de Oliveira, para ser sócio e criar a logomarca, enquanto ela elaborava o plano de negócio e cotava projetos gráficos. No final de 2010, a Mídia Pane já estava formatada para operar em São José dos Campos (São Paulo).
Fonte: Exame

Nenhum comentário:
Postar um comentário