quinta-feira, 14 de junho de 2018

Varejo volta a crescer em 2017 após dois anos seguidos de queda

As vendas do comércio voltaram a crescer em 2017, depois de dois anos seguidos de queda. Foram dois anos de dúvidas, de olhar muito e comprar pouco. Agora, nas lojas, já é possível ouvir encomendas que eram raríssimas.
Os números divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE confirmam um alívio para o comércio: em 2017, as vendas no varejo cresceram pela primeira vez desde 2014, um aumento de 2%. As lojas de vestuário e calçados venderam 7,6% a mais. Mas o setor que mais cresceu foi o de móveis e eletrodomésticos: 9,5%.
As promoções continuam e comprar a prazo para pagar é cada vez mais longo. Esse é um setor da economia em que o consumidor geralmente tem muita urgência para comprar e não tem pressa nenhuma para pagar. O valor médio da prestação diminuiu em 2017 e, com isso, os eletrodomésticos conseguiram dar um refresco na crise.
A recuperação começou com a queda da inflação e dos juros. “O varejo como um todo se beneficiou da inflação menor e aqueles segmentos onde as vendas a prazo têm um papel importante também tiveram um fator adicional para reagir de forma mais significativa em 2017. Ou seja, segmentos que dependem de crédito foram os que puxaram esse processo de recuperação do varejo em 2017”, explica o economista da CNC Fábio Bentes.
Outro fator que ajudou a vender foram os saques das contas inativas do FGTS. A Confederação Nacional do Comércio estima que esse dinheiro extra no bolso do consumidor foi responsável por um terço do crescimento. “Muita entrega. Está tendo bastante movimento, bastante entrega. Estou feliz por isso”, conta o entregador Pedro Gonçalves
Mas as lojas ainda têm espaço de sobra para muito freguês. “Mesmo com esse resultado positivo no ano de 2017, o varejo não elimina as perdas importantes que foram registradas nos anos anteriores, mostrando que o varejo se encontra ainda em quase 2% abaixo do nível recorde, que foi localizado em outubro de 2014”, diz a gerente de pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.
O caminho é longo, mas, pelo menos, o cliente deixou de entrar na loja só para olhar. E se o vendedor tem a chance de falar... “Eu vim com disposição de comprar, então acho que a gente vai fazer negócio”, diz a médica Ana Calçada.

Fonte: G1

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